O "sono" dos justos...e as lágrimas que chegam tardiamente

Quando nossos entes queridos ou afetos se vão, deixando o corpo físico para retornar à espiritualidade, certamente nos deixam um enorme vazio, um sentimento de dor pela perda da companhia e, saudades...não há como negar isso. A dor, contudo, não pode fazer parte de um contexto natural e, a perpetuarmos como se fosse necessária para alguma coisa. Só sofre quem quer, e não quem precisa...

E justamente aqueles que "necessitam" desse sentimento, quiçá sejam os mesmos que durante a jornada do(a) amado(a), não lhes souberam reconhecer o valor, ou não procuraram estar próximos o suficiente para saber de suas reais necessidades. Invariavelmente são estas as pessoas que mais "sofrem" quando alguém desencarna pois, para os demais, aqueles que fizeram a "sua parte" em vida, resta a consciência tranquila, o choro confortador, a antevisão de saudades talvez imorredouras, as boas recordações...Mas a vida vai seguir e, estes, enfrentarão qualquer desafio, enquanto aqueles, carregarão para a vida toda as marcas da desesperança, do desconsolo, da consciência pesada...

Não serão lágrimas que lavarão a alma...muito menos o espírito...tudo nos será "cobrado" aqui no plano físico...não as deixe portanto, para a "última hora'...

Podemos não estar diariamente com as pessoas (fisicamente), mas não esqueçamos de deixar marcas pelo caminho que demonstrem o quanto elas eram importantes para nós. Sei que isso é "tema batido", que muito já se leu por aí, porém, quanto mais reforçarmos isso dentro de nós, dia após dia, mais serena a vida se torna, tanto para quem oferta carinho, amor e leal amizade, quanto para quem recebe...Isso é VIVER, e não sobreviver...