É verão, tem chovido quase todos os dias em Curitiba, principalmente no entardecer, como agora...as nuvens se tornam cinza escuras, começam os raios e trovões. Isso até não me incomoda porque sempre gostei de "admirar" esses fenômenos...não me estranhem...eu me estranho...Quando é mais cedo, o despencar das águas que são benignas para uma infinidade de seres vivos, aí inclusas as nossas plantações (quer coisa mais VIVA que canteiros de hortaliças ?), logo após brilha o sol, fraco ou forte, vem o cheiro da grama e da terra molhadas...E eu cá pensando onde deixei o que um dia foi um futuro promissor. Onde ficaram alguns sonhos de infância, alguns desejos da mocidade, alguns projetos da maturidade...
Uma (ou mais ?) amiga recente, blogueira, indagou pq eu não faço mais poesia. Na realidade, meu gosto sempre foi pelos sonetos, por isso a paixão por Vinicius de Moraes. O soneto dito italiano (ou petrarquiano), aquele com duas estrofes de quatro versos, dois "quartetos" e dois "tercetos"...Humpft...vamos ver se sai alguma coisa...
Chuva serena que cai, fecundando a terra
lavando calçadas e ruas, minha alma também
Mantendo as lágrimas que meu peito encerra
e não transbordam, num eterno vai e vem
Água benigna e fértil, fonte de vida, te vejo da janela
cais de fininho, agora, mas podes virar tempestade
E eu cá, olhos no infinito em que penso? Nela ?
Será que também chove em sua cidade ?
Bem poderiam os trovões levar meu lamento
dizer a ela que eu sinto muita saudade
que ainda vejo uma lua abusada sobre o mar
Os raios me trazem de volta, à realidade
para fazer aquilo que gosto, escrever e rimar
e dizer-lhe, que não me sais do pensamento !
Isso aí, foi bom exercitar novamente...hum rum !
3 comentários:
Chuva em Janeiro é o que mais há por cá...lol
Escreves bem (eu sei...já sabias...). além da forma (e até mais por isso) o conteúdo...
Colocando no papel ou não, o importante é que não deixes a poesia sair do coração!
Vim retribuir o abraço e carinho deixado.
Parabéns, pelo trabalho que faz aqui!
Paz e Luz!
Fernando, É LINDO! Estou aqui toda sorridente por ter lido um soneto tão bonito.
Parabéns!
dinorah
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