Pessoas, não tive uma má formação...sou de boa índole, quem me conhece sabe disso, apesar de ser um pouco "esquentado" as vezes, mas precisa me deixar realmente irritado para que eu saia do sério, seriedade esta que já me incomodou bastante, ao ponto de me tacharem de soberbo, de nervosinho, de estressado, de arrogante...nada disso, é simples : sabendo, façam as coisas corretamente, porque errar com consciência e conhecimento, é burrice. Ah ! E marcando "horário" comigo, não me deixem esperando...aí, a coisa fica braba...hehehehe (nunca é demais repetir como somos...evita tanta coisa...).
Então, mesmo sabendo que a Sociedade Protetora dos Animais, os adoradores de BASTET, a Deusa Gata dos Egípcios e, aqueles que possuem esses pequenos seres denominados "gatos", irão me crucificar, me xingar, me escrachar, e coisa e tal...preciso contar uma coisa...Mas primeiro vamos ler :
- Na Cabala e no budismo o gato representa a sabedoria, a prudência e a vivacidade. A tradição popular japonesa aponta-o como um animal que atrai má sorte.
- Segundo uma tradição celta, ele teria nove vidas. Posteriormente, durante a Idade Média, o gato passou a ter apenas sete vidas. Animal misterioso associado aos poderes da lua, ao mundo da magia e às bruxas, os machos pretos eram a personificação do diabo.
Pronto, agora posso contar....É que eu estava com minha querida amiga Marcinha Lanes no messenger, trocando umas figurinhas, coisa e tal, tal e coisa, e lá pelas tantas, falamos em coelhos (é ..coelhos...ainda não são os gatos...daqui a pouco só, esperemmmmmmm), porque ela havia dado uma "saída" da telinha para tocar os orelhudos da horta da mãe...putz, sei o estrago que os fucinhentos comilões causam...justamente aí, deu um clique na cachola ainda pulsante e vermelha do sol de ontem, comentei com ela que também já criei coelhos.
Uma vizinha nossa na Iguaçu, Dona Maria, japonesa, tinha um quintalzão, onde plantava de um tudo, que era colhido e vendido na merceria que a familia possuía no bairro. E criava coelhos. Muitos, de todas as cores e tamanhos. Era costume minha mãe comprar cheiro-verde e algumas "folhas" diretamente de Dona Maria. Subíamos no muro, gritávamos (literalmente) por ela que, pacientemente (ah ! santa calma oriental) vinha nos atender. Um dia aproveitei para perguntar se ela não me "venderia" um coelho. Acabei ganhando mais de um...
Gente, coelho é um animalzinho que adora fazer amor...hum rum ! A fêmea tem em média 4 ou 5 filhotes, de 3 a 4 vezes por ano...Caráca, 20 rebentos de rabinho curto...Imagina no que iria virar o quintal de nossa casa ? Eu estava com duas "gaiolas", as quais abastecia diariamente com folhas, muitas (lingua-de-vaca é que não faltava nas redondezas), boa parte delas dos próprios canteiros de Dona Maria. Um dia (haviam nascido alguns coelhinhos), ao ir tratar dos meus orelhudos me deparei com um quadro aterrador : cadê os pequenos ? restos disformes e com sangue do que foram pequenos corpos lisinhos (ainda), uma bagunça geral e, mais nada...não haviam ali restos suficientes para o número dos moradores...
Neste momento da conversa Marcinha escreveu : - Ôww dóoooo !
Pensei : caráca, quem pode ter feito isso ? O pior, além do estrago causado, dos indícios da mortandade, é que ainda havia "levado" consigo (fora ou dentro da barriga) meus parceirinhos, o tal criminoso. Vil. Maligno. Olhei prum lado, pro outro, desconfiado, coçando a cabecinha ( a própria, em cima do pescoço) quando...em cima do muro, me espreitando, com aqueles olhos vívidos, ares de superioridade e preguiça ao mesmo tempo, vislumbrei o provável facínora. Ali, estanque, pachorrento quanto qualquer dos da sua espécie...
Fui rapidamente buscar meu estilingue e algumas pelotas de mamona (sempre tive em estoque...). Marcinha interrompeu : - Matou o gato ? Quem me dera...retornei com minhas armas e o sujeitinho desaforado já havia dado no pé, escafedido, covarde...pra mandar ver nos meus coelhos foi fácil, mas enfrentar um piá de 13, 14 anos e furioso, aí não se prestava ao papel o desavergonhado...Humpft...
Mas, como sempre digo, sou taurino, teimoso, meio metódico...Fiquei de prontidão, sabia que o "criminoso" iria voltar para a cena do crime, até porque haviam os outros sobreviventes, mesmo que maiores até que ele...Naquela época eu estava negociando com o "Mikimba" ( um amigo meu) uma Winchester calibre 22, lindona, leve...colocavam-se quatorze balas pela culatra, e a retirada do cartucho vazio pela "alavanca", tipo assim como naqueles filmes de faroeste americano...mais uma interrupção da Márcia : - Que doido Fer ...com uma 22 ?
Pois é...o que a raiva, o ódio, a vingança fazem né ? Saí a procurar o dito cujo. Avistei em outro muro próximo o que assemelhou-se ser o meu desafeto. Mirei, atirei...pimba ! Caiu pro outro lado...fui dar uma espiada...caráca, era um cinza mais claro...atirei num inocente ! Fiquei dois dias tendo pesadelos...de verdade...olhos verdes me encaravam na escuridão do quarto..como diria a turminha mais nova...fiquei maus véi...
Pensam que sosseguei né ? Que a consciência tava mais pesada que o estômago do felino após sua refeição nefasta e que causou todo meu furor adolescente ? Claro que não...Dias depois, nos encaramos, frente a frente a uma distância de 10 metros mais ou menos. Ele, cinza chumbo, espiando com aqueles olhos ávidos por alimento em direção às gaiolas...Não pensei duas vezes : entrei e saí rapidamente de casa com o rifle e...Páh ! Na mosca !...ops...acho que foi em outro bicho...
Não foram daí, dois dias, e sim minha vida inteira de tempos em tempos, lembrando da cena e tendo pesadelos...Acho que é a "velha" maldição dos que eram considerados Deuses na antiguidade...
Até gosto, atualmente, de gatos...mas sempre vou preferir os cachorros...vou sim...Hum rum !
O assunto terminou com Marcinha Lanes dizendo : - Você leva jeito para escritor, e tem muitas histórias para contar...Tá perdendo tempo, se fosse vc escrevia tudo que passa em tua mente e faria um daqueles livros que a gente não quer parar de ler...
Prometi que vou fazer deste espaço um livro virtual...são muitas lembranças, boas ou ruins, pouco importa...foram as formadoras de meu caráter e de minha essência...
Beijos Marcinha, bom falar contigo sempre...TE AMO !
PS: Advogados de plantão, isso ocorreu há 40 anos...a pena já prescreveu...menos nas minhas memórias e na minha consciência !
5 comentários:
Olá Fernando!
Estou lendo teu blog e se não der uma paradinha leio tudo de uma vez. Você escreve de um jeito muito legal, e concordo com sua amiga Márcia. Você leva jeito pra escritor. De verdade.Tô adorando isso aqui e virei aqui sempre!
Te desejo uma semana iluminada, com muita paz!
Beijo no coração amigo!
Oi Fernando...
Detesto gatos, nunca me fizeram mal algum, mas não sei pq me causam repulsa só de olhá-los, tbm prefiro os cachorros...
Tenha uma ótima semana meu querido,um abraço!
Ah, esqueci de comentar... teu blog está mais lindo a cada dia...bjs.
Denise Marques
Adooooorei a história do gato, Deus que me perdoe, mas tb ñ gosto! o olhar dele é frio...amo cachorro! amigos e fiéis. Concordo c/os comentários, amigo Fê, escreva um livro...vai ajudar tanta gente. Amooooooooooooo seu blog! Bjus mil
Amei a história. Um dia apareceram dois coelhos na minha casa - fizeram um furo por debaixo do muro do visinho. Toda vez que retirava uma alface do saco plástico, lá vinham eles. Ficavam parados nas patinhas de trás pedindo alface. É a mais pura verdade. Tenho testemunhas.
Um abraço.
Dinorah
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