
Já li muitos comentários a respeito do livro nos últimos anos, alguns contrários, opinando que Loyola Brandão somente escreveu um livro "bom", nada comparado a outros escritores brasileiros; outros tantos elogiando seu trabalho. O fato é que o livro retrata o cotidiano paulista daquela época, é sarcástico, irônico, bem humorado, irreverente, e tanto mais...força-nos, a cada página, à reflexão. E tem muita coisa para refletir : pessoas que só contam verdades, pedras que gritam, homens que observam reuniões, que não recebiam visitas, e por aí vai...
Tem um conto do livro que eu gosto muito : O HOMEM QUE DESCOBRIU O DIA DA NEGAÇÃO. Em determinado trecho o autor nos diz :
- Quando a gente nasce, colocam a gente num trilho. Chega uma época em que temos que decidir : continuar neste trilho e não ter surpresas, inseguranças, angústias. Ou saltar dele, correr pelo aterro, entrar nos atalhos e descobrir os próprios caminhos. Às vezes mais rápidos, eficazes. O trilho não traz surpresas, sempre se sabe que haverá estações pela frente, e gente para nos conduzir e nos cuidar. Os atalhos, estes sim, provocam receio. Não importa em que altura a gente se decida saltar nos trilhos. O importante é saltar fora deles, abandonando bagagens...porque nessa bagagem estão todas as coisas que nos prendem, nos amarram... -
Não precisa dizer mais nada né ? Muito legal, show mesmo, ler novamente Cadeiras Proibidas...
Salve Salve Ignácio de Loyola Brandão...