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"A vida tem caminhos estranhos, tortuosos às vezes difíceis: um simples gesto involuntário pode desencadear todo um processo. Sim, existir é incompreensível e excitante..." (Caio F. Abreu)

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Bolha de Sabão....

Estava lendo uma crônica de Heloisa Seixas, romancista e contista, além de cronista, intitulada NOVAS FLORES, que saiu na Seleções (Reader's Digest). Dizia ela da lembrança de um conto que muito a impressionou e falava de um mundo dos "mortos", um mundo igual a este que vivemos, com ruas, casas, supermercados, tudo enfim, mas com uma diferença : nele, as pessoas desapareciam de repente, como se fossem bolhas de sabão, estourando no ar. Isso acontecia quando no mundo dos "vivos" não restasse mais ninguém para se lembrar delas...

Talvez por isso, segundo a escritora, teríamos o impulso de, de uma forma ou outra, deixar rastros de nossa passagem pela Terra. Imediatamente me lembrei de Mônica falando exatamente isso para mim, há alguns anos no Rio. Da necessidade e preocupação em registrar de alguma forma a nossa passagem por esta encarnação (ou por outras...). Tudo o que fizermos, seja escrevendo, tocando, fazendo, dizendo, tem a intenção de deixar uma semente qualquer, impedindo que nos dissolvemos como as bolhas de sabão.

Conclui o seu raciocínio Heloisa dizendo : " Quem sabe um dia, daqui a muito tempo, quando eu estiver quase apagando, quase desaparecendo, naquele outro mundo, alguém lerá algo que escrevi e pensará em mim ? Imediatamente, então, meu corpo-espírito tornará a ganhar substância e cor...".

Captei a preocupação de Heloisa, por isso tenho este blog...Não quero ser BOLHA DE SABÃO !

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