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"A vida tem caminhos estranhos, tortuosos às vezes difíceis: um simples gesto involuntário pode desencadear todo um processo. Sim, existir é incompreensível e excitante..." (Caio F. Abreu)

sábado, 15 de janeiro de 2011

Os intelectuais e o direito de punir...

Minha querida amiga Fê Barcellos pediu uma colaboração ao blog recém criado por ela : osintelectuaiseodireitodepunir.blogspot.com...

Daí, matutei daqui, matutei dali...o que posso escrever ? Que assunto focar, que matéria criar, quiçá um poema ? Humpft...há muito deixei de escrever poemas. E olha que foram muitos. Minha filhota Talita ainda guarda um caderno (sim caderno...é sério), onde rabisquei a mão algumas coisas nos anos 80. Até podia utilizar naquela época a Remington, portátil e na caixa, que possuíamos, ou então ir ao escritório de meu avô Ricardo e usar a Royal anos 50 dele...

Euréka ! Taí um bom assunto ! Era mais ou menos assim : você tinha que ter o curso de datilografia para poder arrumar um emprego melhor. E o início do curso era : teclar a, s, d, f, g...muitas, repetidas vezes, para depois passar para as demais letras. Podia durar em média 1 mês, ou 2, dependendo do tempo de aula e a periodicidade. As máquinas maiores tinham as teclas pesadérrimas e, quando você errava o dedo e, o afundava entre as ditas cujas, caráca...doía pra dedéu...hehehe...

O ideal para ser um "exímio" datilógrafo, era conseguir perto de 200 toques por minuto...a maioria das empresas e repartições aceitavam os candidatos com média acima de 140 toques. No concurso da Caixa Federal, eu consegui datilografar um texto com aproximadamente 1.200 toques, em menos de 6 minutos. Como o limite eram 10 minutos, utilizei o verso da folha para continuar datilografando...

No início ainda não haviam máquinas com os "corretivos"...a Olivetti lançou a primeira, elétrica, cujas letras ficavam em uma esfera...no modelo seguinte, vinha uma "fita" corretiva. Aí você teclava o "retrocesso" e "apagava" os erros cometidos...mas dava um trabalhão e não ficava uma coisa assim, tipo, perfeita...depois vieram as máquinas eletrônicas, e essa função corretiva melhorou muito...

Hoje, acabei de escrever um monte de baboseiras e, se não achar legal, só dou um DELETE (após selecionar o texto claro) e pronto....EURÉKA ! Os homens avançaram muito né ? Opa...alguém vai dizer : os homens não, as máquinas, a informatica, a robótica, etc...mas saiu da cuca de um ser humano não saiu ? Pelo menos ainda não vi máquina criar máquina...sozinha...ou será que existe já e eu é que tô ultrapassado ? Como as antigas máquinas de escrever/datilografar...

Bem, tenho saudades de minha Lettera 22, da minha Olivetti Praxis, da Remington 33L e, principalmente, daquela jóia chamada ROYAL de meu avô. Explico : foi nela que escrevi meus primeiros poemas enviados ao saudoso colunista da Gazeta do Povo, ANTONIO SALOMÃO ( a coluna chamava-se "A vista do meu ponto" ). Foi nela também que, um dia, após uma discussão com meu avô (inédita) e, ele em viagem, escrevi uma carta intitulada "Um pequeno Grande HOMEM" ! Meu avô tinha 1,60 m acredito...Coloquei o texto dentro de uma caixa, juntamente com um Tio Patinhas de plástico, utilizado na época para festas de aniversário como enfeite de parede...

Quando "seu" Ricardo abriu a caixa, em casa, minha vó Rosa me contou que ele chorou muito. Na realidade, utilizei palavras muito duras para criticar algumas atitudes dele e a mania de ser meio pão duro. Mas, do alto dos meus 19 anos e, até hoje, não consegui ser muito rude nem cruel. Então finalizei a carta repetindo o título da mesma...meu avô foi, e para sempre será, um pequeno GRANDE HOMEM !

Finalizando, hão de me perguntar : sim, e daí ? O que isso tem a ver com o "título" do Blog e deste post ? Sempre fui um bom aluno de Português e, por utilizar quase que sempre corretamente a gramática, fui taxado entre meus pares de intelectual. Pois bem, naquele longíquo ano de 1976 me permiti "punir" uma das pessoas que mais amei na vida...

Era isso...

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