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"A vida tem caminhos estranhos, tortuosos às vezes difíceis: um simples gesto involuntário pode desencadear todo um processo. Sim, existir é incompreensível e excitante..." (Caio F. Abreu)

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Duas músicas: uma lembrança, outra desejo...

Meu amigo Pessoa (aquele outro Fernando...) já dizia que o valor das coisas não está no tempo que elas duram, mas na intensidade com que elas acontecem...Em outubro de 2008 era nisso que eu pensava, num quarto de hotel no Rio de Janeiro. Luzes de neon piscavam lá fora e, debruçado no parapeito do muro da varanda do quarto, repassava minha vida em busca de algumas respostas. O movimento na rua ainda era intenso (fim de dia para os cariocas), dezenas de ônibus e transeuntes e, eu ali divagando...Uma música me veio à cabeça, a mesma que um dia até tentei cantar junto com o Márcio, garçom do Hotel Regência, num almoço em São Lourenço : Um Sonhador, de Cesar Augusto e Piska, na voz de Leandro e Leonardo :
 
"...Eu não sei pra onde vou, pode até não dar em nada, minha vida segue o sol, no horizonte dessa estrada...Eu nem sei mesmo quem sou, nessa falta de carinho, por não ter um grande amor, aprendi a ser sozinho..."

Não que não tivesse um grande amor, e tenho, mas sim pela indefinição de meus rumos, o alcance de alguns objetivos...e estar ali, sozinho, pela primeira vez me fazia um enorme mal...Repassei os últimos anos de minha vida, muitos deles vividos sob a égide daquela que foi um divisor de águas na minha caminhada...Como naquele dia, hoje tento me perdoar pelas tantas vezes em que fui piegas, em que não soube aceitar que perdi horas, dias, meses, buscando interrogações onde tudo era óbvio e necessário. Tentando me perdoar por não ter vivido simplesmente aqueles momentos, com alegria e prazer, deixando de lado as tantas picuinhas e azedumes...

A música segue na cabeça..."e onde o vento me levar, vou abrir meu coração, pode ser que num caminho, num atalho ou num sorriso, aconteça uma paixão". Na verdade, cá dentro, do véio coração calejado pelas andanças, é outra letra que quero cantar : " vim tanta areia andei, da lua cheia (e abusada) eu sei, uma saudade imensa...vagando em verso eu vim, vestido de cetim (no meu caso azul e branco), na mão direita rosas (cor de chá)...vou levar ! Olha lua mansa se derramar, ao luar descansa o meu caminhar, seu olhar em festa se fez feliz, lembrando a seresta que um dia eu fiz...por onde for quero ser seu par...Hum rum...

2 comentários:

Marcélia Macidália Leal disse...

Fernando, adorei o teu espaço. Que delícia!
Quem nunca passou por isso? E às vezes não precisamos nem ficar sozinhos para que o passado venha à tona e nos incomode mesmo.
Indefinido! é assim que se pode descrever um presente que se apega ao passado.
Adorei o texto...
Estou seguindo e aproveito para te convidar pra conhecer o Boatos e Afins!
http://www.boatosafins.blogspot.com
@mmacidalia no Twitter
Abraço

Malu Oliveira disse...

Olá Fernando!

Como disse a colega aí de cima: quem nunca passou por esses momentos. O importante é olhar pra frente. Olhar para trás só para não voltar a cometer os mesmos erros. Nos perdoemos por tantas besteiras. Afinal, quem não erra não aprende.

Um abraço.

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