Não raro costumamos dizer que o ódio é o oposto do amor. Imaginamos que o ódio é o substituto do amor, tornando-se seu antônimo, no dicionário do coração. Porém, esquecemo-nos de que os sentimentos não se processam dessa maneira em nossa intimidade e, que a falta de amor não significa a presença do ódio.
O ódio nascerá dos sentimentos mal resolvidos em relação ao nosso próximo, da não compreensão de suas atitudes e se alimentará, muitas vezes, nas fontes do egoísmo e orgulho, que ainda cultivamos em nós. O ódio será a doença do amor e não o seu antônimo. Afinal, o ódio será o resultado dos sentimentos resolvidos e tratados de maneira errônea, equivocada.
Qual será, então, o antônimo do amor? Se entendermos o amor como o sentimento amplo e completo, o sentimento que nos preenche a alma e nos oferece rumos para bem conduzir nossos relacionamentos, qual será o seu antônimo?
O contrário do amor será a própria falta do amor, a sua ausência. De tal monta é a grandiosidade do amor que o seu antônimo não é encontrado em nenhum outro sentimento. O seu oposto é única e exclusivamente sua ausência.
Dessa forma, a ausência do amor chama-se indiferença. Será a indiferença a maior expressão de desamor em relação a alguém. Será na indiferença que encontraremos o oposto do amor, sua maior barreira e limitação para que floresça. E quanto de indiferença ainda mora em nosso coração? Quanto somos indiferentes com o que ocorre com nosso próximo e em nossa sociedade? Quantas vezes somos indiferentes com a dificuldade do colega de trabalho, não tendo tempo nem para alguns minutos de conversa, demonstrando nosso interesse pelo que lhe está sucedendo?
Não raro, a indiferença surge em relação às aflições do amigo, do parente ou do vizinho. Sabemos das dores e provas difíceis que os assaltam e não empreendemos nenhum gesto, no sentido de os auxiliar.
Somos indiferentes às injustiças sociais, às misérias socioeconômicas, à violência moral e física que se nos avizinham, sem nos atingir diretamente...hum rum !
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