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"A vida tem caminhos estranhos, tortuosos às vezes difíceis: um simples gesto involuntário pode desencadear todo um processo. Sim, existir é incompreensível e excitante..." (Caio F. Abreu)

sexta-feira, 25 de março de 2011

Aquilo que não tem preço...


A nota é internacional e diz, mais ou menos assim: Aquela poderia ser mais uma manhã como outra qualquer. Eis que o sujeito desce na estação do metrô de Nova York, vestindo jeans, camiseta e boné. Encosta-se próximo à entrada. Tira o violino da caixa e começa a tocar com entusiasmo para a multidão que passa por ali, bem na hora do rush matinal.

Mesmo assim, durante os 45 minutos em que tocou, foi praticamente ignorado pelos passantes.

Ninguém sabia, mas o músico era Joshua Bell, um dos maiores violinistas do mundo, executando peças musicais consagradas, num instrumento raríssimo, um Stradivarius de 1713, estimado em mais de 3 milhões de dólares. Alguns dias antes, Bell havia tocado no Symphony Hall de Boston, onde os melhores lugares custaram a bagatela de mil dólares.

A experiência no metrô, gravada em vídeo, mostra homens e mulheres de andar ligeiro, copo de café na mão, celular no ouvido, crachá balançando no pescoço, indiferentes ao som do violino. A iniciativa, realizada pelo jornal The Washington Post, era a de lançar um debate sobre valor, contexto e arte. A conclusão é de que estamos acostumados a dar valor às coisas, quando estão num contexto.

Bell, no metrô, era uma obra de arte sem moldura. Um artefato de luxo sem etiqueta de grife. Esse é mais um exemplo daquelas tantas situações que acontecem em nossas vidas, que são únicas, singulares e a que não damos importância, porque não vêm com a etiqueta de preço. Afinal, o que tem valor real para nós, independentemente de marcas, preços e grifes? É o que o mercado diz que podemos ter, sentir, vestir ou ser?

Será que os nossos sentimentos e a nossa apreciação de beleza são manipulados pelo mercado, pela mídia e pelas instituições que detêm o poder financeiro? Será que estamos valorizando somente aquilo que está com etiqueta de preço? Uma empresa de cartões de crédito vem investindo, há algum tempo, em propaganda onde, depois de mostrar vários itens, com seus respectivos preços, apresenta uma cena de afeto, de alegria e informa: Não tem preço.

E é isso que precisamos aprender a valorizar. Aquilo que não tem preço, porque não se compra. Não se compra a amizade, o amor, a afeição. Não se compra carinho, dedicação, abraços e beijos. Não se compra raio de sol, nem gotas de chuva. A canção do vento que passa sibilando pelo tronco oco de uma árvore é grátis.

A criança que corre, espontânea, ao nosso encontro e se pendura em nosso pescoço, não tem preço. O colar que ela faz, contornando-nos o pescoço com os braços não está à venda em nenhuma joalheria. E o calor que transmite dura o quanto durar a nossa lembrança.

(Momento Espírita - título original : Sem etiqueta, sem preço! )

6 comentários:

Marília Felix disse...

Nando! *----------*
O irmão que eu não tive!
Gosto tanto!
Deixe um e-mail pra vc. OLha aí se chegou. =D

Passando para desejar uma linda noite! Eu tbm tow na correria de sempre na facul, tanta coisa. =/
Mas sempre que posso corro aqui para sorrir com teus post's.

Dois Xeros!
:***

Néia disse...

Oi querido...
Acho que além de nos prendermos muito a questão da etiqueta, estamos presos também ao tempo, ou melhor a falta dele ou de como distribuí-lo melhor. Naturalizamos tudo, assim uma música clássica num metrô não parece aos olhos de muitos algo comum ou natural, então acabamos deletando. É um erro, é claro.
SEmpre aprendo muito com os seus textos e me pego a refletir.
beijos e uma ótima semana.

Luna Blanca disse...

Lindo texto. Fica na paz.

Malu Oliveira disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Malu Oliveira disse...

Engraçado, antes de passar por aqui eu postei um texto sobre o filme Bruna surfistinha. O povo paga para ver uma história fútil que agora, por estar no cinema, virou a história de uma heroína.
Voltando ao seu texto, pessoas que vivem atrás de etiqueta mais cedo ou mais tarde acabam caindo no vazio.

Eu me recuso a fazer parte desse mundo de ilusões. Como eu costumo dizer, eu tenho tudo o que preciso, o resto é vaidade.

Um bom fim de semana.

Mariz disse...

É verdade, hj as pessoas parecem q não te enxergam, precisamos dar mais valor aos sentimentos e demonstrá-los, isso não tem preço e faz um bem enorme prá quem dá e prá quem recebe.

*****


http://ostra-da-poesia.blogspot.com/

Este é o blog q estou participando poeticamente com um de meus escritos, a poesia é a QUINTA e seu nome é " VERSOS PARA TE DAR", vou precisar de coments e se for possível gostaria q vc deixasse um carinho lá.

Agradeço...mil beijos e sábado lindo prá vc!

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