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"A vida tem caminhos estranhos, tortuosos às vezes difíceis: um simples gesto involuntário pode desencadear todo um processo. Sim, existir é incompreensível e excitante..." (Caio F. Abreu)

terça-feira, 24 de maio de 2011

Seu nome era...MARIA...

Boa noite pessoas. Ando assim, tipo, meio saudosista, é fácil de perceber. Creio que isso faz parte de um "balanço geral" que fazemos em determinada época de nossas vidas. Ou deve ser assim só comigo ? Claro que não ! Mas, não me sinto mal em falar do passado, das coisas que vi, li, ouvi, percebi e vivi...putz, ficou até bonitinho esse amontoado de i's...hehehe...humpft !

Estava ouvindo agorinha pouco Milton Nascimento. Gosto dele, de suas composições e interpretações. Nascido carioca, mas mineiro de coração. A canção que eu ouvia era : Maria, Maria, que eles compôs em parceria com Fernando Brant. Ato contínuo (adoro esse termo), meus pensamentos voaram longe, para o século passado e, senti saudades de Tia MARIA, ou Mãe MARIA, porque na verdade ela foi mãe não de seus cinco filhos (duas mulheres e três homens) somente mas, de dezenas de outros, assim como eu.

Maria, Maria é o som, é a cor, é o suor, é a dose mais forte e lenta...De uma gente que rí, quando deve chorar e não vive, apenas aguenta...diz a canção. E assim era Mãe MARIA. Criou seus filhos praticamente sozinha, posto que seu esposo (Mário) a "deixou" muito cedo. Ele até vinha vez ou outra visitar a todos e, na realidade, não era um pai ruim não...apenas foi viver uma aventura, da qual acho que se arrependeu tardiamente.

Trabalhava em "casa de família", chegava à noitinha cansada, lembro bem. Mas, no rosto moreno e com fios de cabelos brancos, um sorriso que iluminava o bairro da Água Verde todinho. Suas bochechas brilhavam, até. No fogão a lenha, a água estava sempre esquentando para o café que nos oferecia, acompanhado de uma "cuca" com farofa...hummmmmm ! A água utilizada era de poço. Muitas vezes auxiliei na retirada do líquido precioso, fresquinho, que era acondicionado em um barril de carvalho e também num filtro de barro.

Não lembro de sua casa vazia...principalmente nos fins de semana, pois era ali o nosso "reduto", onde nos encontrávamos para "festar". E festa era o que mais tinha. Americanas, cada qual colaborando com alguma coisa. Já dávamos despesa demais para Mãe MARIA. Lá pelas tantas, era olhar para o sofá e ver aquele corpo pequeno, apesar de forte, que minutos antes cantava e dançava alegremente conosco, descansando. Seus pequenos olhos negros iam fechando - ela lutava contra - até que se "entregava" e ia para seu quarto...

Mas é preciso ter manha é preciso ter graça, é preciso ter sonho sempre...Quem traz na pele essa marca possui a estranha mania, de ter fé na vida...E Mãe Maria tinha, muita fé na vida. Transformava seu humilde lar num "castelo" de sonhos e felicidade, não só para ela e sua familia, mas para todos que o frequentavam. Se havia pobreza nos bens materiais...ah ! havia tanta riqueza nos bens imperecíveis chamados fraternidade e bondade.

Conheci muita gente boa nesta minha vida. Conheci sim, e conheço ! Mas Mãe MARIA tem um lugar muito mais que especial nesta galeria de seres humanos. Em seu coração só havia amor e caridade. Em seus atos, só havia honestidade e força de vontade. Em seu espírito, só havia Luz e Paz. Abenção Mainha, sinto falta de nossas conversas, muitas saudades..."mato" um pouco delas toda vez que vou à casa de seu amado filho Márcio, meu irmão, e lá cantamos em sua homenagem, sempre...Foi assim que tu viveu a vida, na forma de uma canção, perene, quiçá na voz de um Milton, ou de um Bob Charles (Roberto Carlos para vocês) na canção composta por Luiz Carlos Paraná :

"...E não lhe chamaram assim como tantas, Marias de santas, Marias de flor...Seria Maria, Maria somente, Maria semente, de samba e de amor..."

4 comentários:

Anônimo disse...

Que bom termos coisas.. pessoas.. acontecimentos.. para relembrarmos.. certo que por vezes nos causa uma certa tristeza de tempos passados.. porém nos traz também um linda e satisfatória sensação de que vivemos.. e isso é o que deve prevalecer!

Beijocas super em seu coração Fernando!

Verinha

Nadia Lis disse...

OI MEU AMIGOOO,TUDO BEM POR AQUI GRAÇAS A DEUS!OBRIGADA FERNANDO, PELA VISITA E PELO CARINHO!LINDO TEU TEXTO, CHEGA A EMOCIONAR... ME TROUXE LEMBRANÇAS DE UMA INFÂNCIA BEM VIVIDA, NÃO TIVE UMA "MÃE MARIA"...MAS TIVE UMA "MÃE CARMELITA" QUE AJUDOU MINHA MÃE A ME CRIAR...ERA NEGRA, GORDINHA, FOFA COMO ELA SÓ... E FAZIA SEU TRABALHO CANTANDO E SORRINDO, IMUNE A TODAS A DIFICULDADES QUE TINHA NA VIDA... SÓ ESPALHAVA O AMOR E ALEGRIA...OH SAUDADE... FAZ TEMPO QUE SE FOI....
MEU FORTE ABRAÇO A TODAS AS "MÃES MARIAS" E "CARMELITAS" QUE EXISTEM POR ESTE MUNDÃO AFORA...
BEJIM CARINHOSO!

Vivian disse...

Bom dia,Fernando!!

Que lindo!!E ficou uma linda homenagem!!A saudade as vezes aparece...é bom recordar os bons momentos assim lembramos sempre de agradecer, por eles terem acontecido!
E existem pessoas que são presentes na vida da gente!Deixam sempre um pouco de luz com sua presença!!
Beijos pra ti!
**Obrigada pelo apoio no blog novo!

ZINA, . disse...

Nando, amigo querido, linda homenagem a sua mãe Maria!
Bom demais relembrar velhos tempos, a infância distante,e sentir saudades dos nossos afetos.
Obrigada pela visita, e lindas lembranças pra você amigo.

Beijo no coração!

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